quinta-feira, 18 de junho de 2009

Civilização americana

«Este é o ideal do “self made man”; numa sociedade que perdeu todo o sentido da tradição o ideal de engrandecimento individual estende-se a todos os aspectos da existência humana, reforçando a doutrina igualitária da democracia pura.
Se aceitarmos tais ideias, então toda a diversidade natural tem que ser abandonada. Assim, cada pessoa pode presumir de possuir o mesmo potencial que outra e os termos superior e inferior perdem o seu significado, assim como toda a noção de distância e respeito, já que todos os estilos de vida estão abertos a todos. Frente a todas as concepções orgânicas da vida, os americanos opõem uma concepção mecanicista. Numa sociedade que “começou desde baixo”, tudo tem a característica de ser fabricado. Na sociedade americana as aparências são máscaras e não rostos. Ao mesmo tempo, os proponentes de “American way of life” são hostis ao ideal da personalidade.
A “abertura mental” dos americanos que às vezes é citada a seu favor, é simplesmente a outra face do seu vazio interior. O mesmo sucede com o seu individualismo. O individualismo e a personalidade não são a mesma coisa: o primeiro pertence ao mundo sem forma da quantidade, o outro ao mundo da qualidade, da diferença e hierarquia. Os americanos são a refutação vivente do axioma cartesiano “penso, logo existo”: os americanos não pensam, entretanto, existem. A mentalidade americana, pueril e primitiva, não tem uma forma característica e assim está aberta a todos os tipos de estandardização.»

Julius Evola
in Boletim Evoliano #05.

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