segunda-feira, 27 de abril de 2009

Utopias

«Todas as Utopias nossas conhecidas se baseiam na possibilidade de descoberta e na harmonia de fins objectivamente verdadeiros, verdadeiros para todos os homens, em todos os tempos e lugares. Isto aplica-se a todas as cidades ideais, desde a República de Platão e as suas Leis, o mundo anarquista de Zenão e a Cidade do Sol de Jambulo, até às Utopias de Thomas More e Campanella, Bacon e Harrington e Fénelon. As sociedades comunistas de Mably e Morelly, o capitalismo de estado de Saint-Simon, os falanstérios de Fourier, as várias combinações de anarquismo e colectivismo de Owen e Godwin, Caber, William Morris e Chernichevski, Bellamy, Hertzka e outros (não há falta deles no século XIX), assentam nos três pilares do optimismo social no Ocidente (...) que os problemas centrais dos homens são, no fundo, os mesmos ao longo da história; que são, em princípio, solúveis; e que as soluções formam um todo harmonioso (...) este é um terreno comum às muitas variedades de optimismo reformista e revolucionário, de Bacon a Condorcet, do Manifesto Comunista aos modernos tecnocratas, comunistas, anarquistas e perseguidores de sociedades alternativas.»

Isaiah Berlin

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