quinta-feira, 30 de abril de 2009

É agora!

«É mentira a democracia, a liberdade, a fraternidade; é mentira o parlamentarismo, a independência dos poderes, a soberania nacional; é mentira a família pervertida pelo divórcio; é mentira a propriedade, assaltada por atributos arbitrários; é mentira a educação, inspirada nas campanhas nefastas de uma imprensa medíocre; é mentira a nossa riqueza, estagnada ou rotineira; é mentira a nossa ilustração feita de farrapos dessas doutrinas, ministrada por professores quase sempre — burocratas sem paixão pelo seu mister, inutilizando, assim, os esforços sadios de uma minoria por demais conhecida — a nossa ilustração que, em vez de técnica, é livresca, em vez de criar utilidades sociais, cria bacharéis decorativos.
Não me perguntem se ainda vamos a tempo de vencer a onda que se desencadeou. Não curo disso. Tratemos de, com tempo ou sem tempo, fazer frente à tempestade. Eu não sou obrigado a triunfar das minhas afirmações: mas sou obrigado a formulá-las, para que outros oiçam. Falo para os que estão comigo e para os que estão do outro lado — para que todos iniciem a acção construtiva, orgânica, positiva, absolutamente indispensável para o levantamento da Nação. Pode ser que, por tardia, ela nada consiga já. Mas temos a certeza de que continuando na orientação dominante — espera-nos a morte.»

Alfredo Pimenta
in «Novos Estudos Filosóficos e Críticos»

E quando a bolha rebentar?

«A ideia da vantagem comparativa funciona quando, por trás do artigo especializado produzido por cada parceiro comercial, subsiste intacta uma economia local complexa, com diversos papéis sociais e nichos profissionais, capazes de apoiar o projecto a longo prazo da comunidade. Porém, uma localidade organizada para produzir apenas um artigo para exportação acaba por ser um sistema esclavagista baseado na lógica económica da exploração. Na versão extrema da vantagem comparativa, sob o regime do inudstrialismo hiper/turbo de finais da era do petróleo, com os seus transportes ultrabaratos e as suas comunicações instantâneas que anulavam quaisquer vantagens da geografia, as únicas vantagens comparativas que restavam eram a mão-de-obra barata e o capital livre. Um grupo possuía toda a mão-de-obra barata e o outro todo o capital, e, durante algum tempo, um grupo produzia todas as coisas que o outro grupo «consumia». Por conseguinte, a vantagem comparativa transformou-se numa vigarice para benefício exclusivo das grandes empresas, que acabaram por usufruir de todas as vantagens enquanto as localidades arcavam com todos os custos.»

James Howard Kunstler
in "O Fim do Petróleo - O Grande Desafio do Século XXI", Bizâncio, 2006.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Não apaguem a memória

A 13 de Março de 1975, ao chegar de mota a casa, Sergio Ramelli — estudante italiano de 19 anos simpatizante da organização juvenil Fronte della Gioventù — era brutal e cobardemente atacado por vários activistas do grupo de extrema-esquerda Avanguardia Operaia armados de chaves inglesas. Depois de um mês em coma e um breve momento de lucidez, Sergio acabaria por morrer a 29 de Abril de 1975.

Identidade - Solidariedade - Potência

A IDENTIDADE, porque a nossa Europa não se baseia sobre um «contrato social» nem sobre um «mercado comum», nem sobre um «conjunto de valore» leves, mas antes sobre uma identidade que o velho europeu Dominique Venner faz remontar a 30 000 anos. Os europeus estão profundamente ligados entre si por uma mesma visão do mundo, por uma igual perspectiva sobre o amor, a guerra e a morte. Para que a Europa se torne uma verdadeira força política, para que a Europa esteja realmente unida, a sua identidade deve ser claramente enunciada. É por isso que reclamamos a inscrição das raízes heleno-cristãs da Europa nos tratados e uma e exacta definição das suas fronteiras. O que significa muito claramente a recusa absoluta de adesão de países europeus à União, quer se trate da Turquia, Marrocos ou Israel.

A SOLIDARIEDADE, entre os nossos povos e as nossas nações, unidas por um mesmo passado e um mesmo destino («Europa o teu futuro é o nosso», como dizia e bem um canto apelando aos heróis de outrora) através de uma verdadeira união política fundada sobre o princípio de subsidiariedade. Mas também uma solidariedade social que faça da Europa, através de um proteccionismo assumido, o verdadeiro espaço de defesa dos nossos empregos e das nossas empresas, face a um capitalismo mundializado cuja locura ultrapassa todos os limites.

A POTÊNCIA, porque a Europa é a primeira potência mundial e deve afirmar-se como tal! Não para dominar, muito pelo contrário, porque a sua força será um factor de estabilidade e de paz à escala mundial, criando um verdadeiro mundo multipolar, nomeadamente através de uma parceria reforçada com os nossos irmãos russos. A afirmação dessa potência Europa passa em primeiro lugar pelo abandono da NATO por todos os países europeus e pela criação de uma organização de defesa europeia.

Bloc Identitaire

É honra que falta ao mundo

«Nunca me senti tentado, por exemplo, a tratar por «Lealistas» os republicanos da Espanha. A sua lealdade, do mesmo modo que a dos seus adversários, era certamente condicional. No capítulo de lealdade, como diria o Sr. Céline, não faço distinções entre essa gente. As suas combinações políticas não me interessavam absolutamente nada. O mundo tem necessidade de honra. É honra que falta ao mundo. O mundo perdeu a estima de si próprio. Ora, nenhum homem sensato terá jamais a extravagante ideia de aprender as leis da honra com Nicolau Maquiavel ou Lénine. Parece-me igualmente estúpido ir perguntá-las aos casuístas. A honra é um absoluto. Que tem ela de comum com os doutores do relativo?»

Georges Bernanos
in "Os grandes cemitérios sob a Lua", Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1988.

terça-feira, 28 de abril de 2009

CasaPound por Abruzzo (4)

Debates

«O senhor não vê a facilidade com que toda a gente discute nos jornais e pelos cafés, sem que, por assim dizer, surja ninguém com colaborações sérias e valiosas que tanto seriam de agradecer? Duma maneira geral, não há, neste País, quem realize. Pensa-se e divaga-se com abundância e facilidade impressionantes, mas, chegados á hora das realizações serenas, das provas reais, poucos são os que resistem à seriedade grave dos problemas que pesam sobre o país».

António Oliveira Salazar
in "Citações", Org. de Fernando de Castro Brandão, 2008.

28 de Abril

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Tradição

«Não: o nosso nascimento não deve ser uma casualidade para nós! Esse nascimento é o acto que nos radica no nosso reino terrestre, o qual, com milhares de vínculos simbólicos, determina o nosso posto no mundo. Com ele convertemo-nos em membros de uma nação, por meio de uma comunidade estreita de laços nativos. E daqui vamos depois ao encontro da vida, partindo de um ponto sólido, mas prosseguindo um movimento que teve início muito antes de nós e que muito depois de nós terá o seu fim. Nós percorremos apenas um fragmento desta avenida gigantesca, neste trecho, todavia, não devemos transportar apenas uma herança inteira mas devemos estar à altura de todas as exigências do tempo.»

Ernst Jünger

in "Die Tradition"

VI Aniversário da Associação Edenia

No próximo 2 de Maio comemora-se em Espanha o dia da independência e celebra-se, ao mesmo tempo, o sexto aniversário da associação recreativa Edenia.

Utopias

«Todas as Utopias nossas conhecidas se baseiam na possibilidade de descoberta e na harmonia de fins objectivamente verdadeiros, verdadeiros para todos os homens, em todos os tempos e lugares. Isto aplica-se a todas as cidades ideais, desde a República de Platão e as suas Leis, o mundo anarquista de Zenão e a Cidade do Sol de Jambulo, até às Utopias de Thomas More e Campanella, Bacon e Harrington e Fénelon. As sociedades comunistas de Mably e Morelly, o capitalismo de estado de Saint-Simon, os falanstérios de Fourier, as várias combinações de anarquismo e colectivismo de Owen e Godwin, Caber, William Morris e Chernichevski, Bellamy, Hertzka e outros (não há falta deles no século XIX), assentam nos três pilares do optimismo social no Ocidente (...) que os problemas centrais dos homens são, no fundo, os mesmos ao longo da história; que são, em princípio, solúveis; e que as soluções formam um todo harmonioso (...) este é um terreno comum às muitas variedades de optimismo reformista e revolucionário, de Bacon a Condorcet, do Manifesto Comunista aos modernos tecnocratas, comunistas, anarquistas e perseguidores de sociedades alternativas.»

Isaiah Berlin

domingo, 26 de abril de 2009

Nuno Álvares Pereira

Nuno Álvares Pereira, também conhecido como o Santo Condestável, São Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun'Álvares (Cernache do Bonjardim, 24 de Junho 1360 – 1 de Novembro 1431) foi um nobre e um guerreiro português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela.

D. Nuno Álvares Pereira nasceu em Cernache do Bonjardim, concelho da Sertã. É um dos 26 filhos conhecidos do prior do Crato, D. Álvaro Gonçalves Pereira e de D.Iria Gonçalves do Carvalhal. Casou com Leonor de Alvim a 1377 em Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja.
Quando o Rei Fernando de Portugal morreu em 1383, sem herdeiros a não ser a princesa D.Beatriz casada com o Rei João I de Castela, D. Nuno foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de João, o Mestre de Avis à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de D. Pedro I de Portugal, D. João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos. Depois da primeira vitória de D. Nuno Álvares Pereira frente aos castelhanos na batalha dos Atoleiros em Abril de 1384, D. João de Avis nomeia-o Condestável de Portugal e Conde de Ourém.
A 6 de Abril de 1385, D. João é reconhecido pelas cortes reunidas em Coimbra como Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela. D. João de Castela invade Portugal com vista a proteger os interesses de sua mulher D. Beatriz. D. Nuno Álvares Pereira toma o controlo da situação no terreno e inicia uma série de cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país.
A 14 de Agosto, D. Nuno Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a batalha de Aljubarrota à frente de um pequeno exército de 6000 portugueses e aliados ingleses, contra as 30 000 tropas castelhanas. A batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, D. Nuno Álvares Pereira permaneceu como condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de D. João de Castela, dedicou-se a realizar raides contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques.
Do seu casamento com D. Leonor de Alvim, o Condestável teve 3 filhos, mas apenas uma filha teve descendência, D. Beatriz Pereira de Alvim, que se tornou mulher de D. Afonso, o primeiro Duque de Bragança, dando origem à Casa de Bragança, que viria a reinar três séculos mais tarde.
Após a morte da sua mulher, tornou-se carmelita (entrou na Ordem em 1423, no Convento do Carmo, que fundara como cumprimento de um voto). Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. Aí permanece até à morte, ocorrida em 1 de Novembro de 1431, com 71 anos.
Durante o seu último ano de vida, o Rei D. João I fez-lhe uma visita no Carmo. D. João sempre considerou que fora Nuno Álvares Pereira o seu mais próximo amigo, que o colocara no trono e salvara a independência de Portugal.
Há uma história apócrifa, em que Dom João de Castela teria ido ao Convento do Carmo encontrar-se com Nun'Álvares, e ter-lhe-á perguntado qual seria a sua posição se Castela novamente invadisse Portugal. O irmão Nuno terá levantado o seu hábito, e mostrado, por baixo deste, a sua cota de malha, indicando a sua disponibilidade para servir o seu país sempre que necessário.
Nuno Álvares Pereira foi beatificado aos 23 de Janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV, que consagrou o dia 6 de Novembro ao, então, beato. Iniciado em 1940, o processo de canonização foi posteriormente interrompido e, em 2004 reiniciado.
No Consistório de 21 de Fevereiro de 2009 - acto formal no qual o Papa pediu aos Cardeais para confirmarem os processos de canonização já concluídos -, o Papa Bento XVI anunciou para 26 de Abril de 2009 a canonização do Beato Nuno de Santa Maria, juntamente com 4 outros novos santos. O processo referente a Nuno Álvares Pereira encontrava-se concluído desde a Primavera de 2008, noventa anos após sua beatificação.
Nuno de Santa Maria foi canonizado por Sua Santidade Bento XVI às 09:34 (hora Portuguesa) de 26 de Abril de 2009.

sábado, 25 de abril de 2009

O Escol

«A acção do escol abrange uma tripla tarefa, totalmente inspirada na convicção de que as multidões, sendo facilmente conduzidas, são incapazes de criar. Inicialmente, as ideias novas devem ser impulsionadas pelos espíritos fortes: só eles podem provocar a fractura dos hábitos e dos interesses, e só eles podem desempenhar o duro trabalho de pioneiros. Esta é a sua primeira missão. Mas, a todo o momento, as massas carecem de exemplos, porque, embora perfectíveis, só exemplarmente podem ser aperfeiçoadas. As ideias, como a religião, necessitam de vidas exemplares, que as personifiquem. E esta é a segunda missão dos homens que representam as ideias. Finalmente, um Poder forte, justamente porque é forte, exige sempre a comparticipação de agentes seguros, fiéis, desinteressados, que lhe indiquem erros, omissões, estados de ignorância, e, em compensação, deve fazer compreender os seus objectivos e decisões. Esta é a missão propriamente política do escol, exercício de fiscalização e de ensino.
As três funções correspondem aos três princípios do Poder, distintos na célebre teoria de Montesquieu, mas, na verdade, reunidos em todos os Estados completos e sadios. À primeira tarefa equivale o temor, pois nenhum Estado pode prescindir da disciplina; à segunda corresponde a honra, porque não pode existir Estado sem ideal; à terceira equivale a virtude, pois nenhum Estado pode subsistir sem desinteresse. E estes princípios correspondem, também, aos três preceitos capitais da acção, que são as virtudes do padre, do militante e do soldado: a coragem na confissão da fé, o sacrifício na experiência diária e o amor na vocação que se escolheu.»

Maurice Bardèche

Eles vivem!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Giuseppe Terragni

Giuseppe Terragni nasceu em Meda (Itália) em 1904. Frequenta o Instituto Técnico Cajo Plínio Secondo, em Como, considerado o melhor estabelecimento de ensino de Ciências puras de Itália. Matricula-se em seguida Escola de Arquitectura do Politécnico de Milão, onde se destaca como aluno exemplar, ainda que se sinta desagradado com o tipo de ensino aí ministrado. Efectivamente, os académicos de Milão defendiam uma arquitectura bastante afastada das correntes modernas.
Em 1927, Giuseppe e o seu irmão Attilio abrem um atelier em Como, que se transforma rapidamente em local de encontro e discussão para a vanguarda intelectual e artística da região. Membro-fundador do Gruppo 7, Terragni edita com apenas 22 anos o primeiro de quatro artigos que formariam o manifesto do colectivo, aderindo ao modernismo.
Em 1939, alista-se no exército, combatendo primeiro na Jugoslávia e depois na Rússia. Regressa a Itália nos primeiros dias de 1943, seriamente afectado física e psicologicamente, acabando por morrer em Como em Julho do mesmo ano.
Pioneiro do movimento moderno em Itália, Terragni concebeu alguns dos mais significativos edifícios da sua época. Membro-fundador do Gruppo 7 e líder do Racionalismo Italiano, Terragni lutou para afastar a arquitectura dos estilos neo-clássico e neo-barroco revivalista. Em 1926, em conjunto com outros membros progressistas do Gruppo 7, publicou um manifesto que o fez líder da luta contra o revivalismo.
Numa carreira que durou apenas 13 anos, Terragni criou um pequeno mas notável conjunto de obras, quase todas na cidade de Como, o centro da Arquitectura Modernista Italiana. Estes trabalhos formam o núcleo da linguagem do racionalismo italiano e da arquitectura modernista. As suas obras são caracterizadas por soluções inventivas mas com uma forma equilibrada e clássica, de concepção distintamente mediterrânica.
Durante muitos anos, Terragni foi ignorado devido às suas ligações ao regime fascista italiano. Hoje em dia é considerado o arquitecto italiano mais influente da primeira metade do século XX.

O Livro é a espada do espírito

Excelente trabalho editorial a assinalar nas Edições Réquila. Quem quiser ler, não lhe faltam livros:

- Três Estudos Políticos, de Jacques Ploncard D'Assac
- Espiritualidade Pagã na Idade Média Católica, de Julius Evola
- Diálogos de Doutrina Anti-Democrática, de António José de Brito
- A Genealogia do Pensamento Nacionalista, de Fernando Campos
- Em Defesa da Portugalidade, de Alfredo Pimenta
- O Integralismo Lusitano, de António José de Brito
- Discursos da Revolução, de Benito Mussolini

É só encomendar a Edições Réquila!
edicoesrequila@gmail.com

Não parar até conquistar!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A sociedade do espectáculo

«O espectáculo apresenta-se ao mesmo tempo como a própria sociedade, como uma parte da sociedade, e como instrumento de unificação. Enquanto parte da sociedade, ele é expressamente o sector que concentra todo o olhar e toda a consciência. Pelo próprio facto de este sector ser separado, ele é o lugar do olhar iludido e da falsa consciência; e a unificação que realiza não é outra coisa senão uma linguagem oficial da separação generalizada.»

Guy Debord
in "A Sociedade do Espectáculo" (1967)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

I Jornadas de Reflexão Terra e Povo

I Jornadas de Reflexão Terra e Povo
Combate Cultural: Exemplos passados, Perspectivas futuras
25 e 26 de Abril, Figueiró dos Vinhos

Organização: Associação Terra e Povo

Recomeçar tudo

«Ainda há pouco, há poucochinho, nós, portugueses, éramos um império dilatado a todo o mundo, e já hoje por hoje não somos senão uma courela exiguamente entaipada na Península, um grotesco retalho de Europa de lilli­putianas proporções, um pobre lameiro irrelevante, um rematadito bairro‑da‑lata... Encolhemos. En­colheram‑nos! E da nossa vocação nacional‑universalista não há mais que falar. Ou ainda há, talvez, mas só naquela mesma medida em que certa personagem de Agustina colocava a questão, quando "dizia que a África haveria de conter o fantasma do português em tudo o que o subs­tituísse".
Àparte isso, a única alternativa em aberto, que nos sobra por agora, con­sistirá em nos glosarmos e em nos repetirmos historicamente passo por passo ‑ fundando‑nos de novo como Nação vocacionada e soberana, e erigindo‑nos novamente como Povo às culminâncias do que nos está cometido empreender ainda.
Trata‑se de principiarmos outra vez a ser coisa que se veja, e de recomeçar tudo, em segunda edição. Se neces­sário, a partir dos Hermínios...
Responder à afundação da na­cionalidade mediante uma segunda fundação da mesma; e, com alguns tantos fundadores, tratar de replicar à desalmada horda dos afundadores!
Recapitulando e concluindo. De agora em diante, há que rapar virilmen­te da caneta e de uma folha em branco, e começar a escrever tudo de novo ‑ tendo sempre bem presente que a nos­sa acção há‑de ser ditada por desígnios eminentemente fundacionais, sob pena de nada valer de nada.»

Rodrigo Emílio

CasaPound por Abruzzo (3)

"Uma semana após o terramoto de Abruzzo, podemos fazer um primeiro balanço da nossa actividade para fazer frente à emergência", é quanto refere uma nota da associação CasaPound Itália. "Na aldeia de Poggio Picenze – continua a nota – a CasaPound Itália instalou um acampamento, ponto de referência para os envios do material recolhido em todas as regiões de Itália. Os voluntários do campo desenvolvem a própria actividade nos armazéns geridos pela autarquia de Poggio Picenze e através da distribuição do material à população". "A forte sinergia entre a autarquia de Poggio Picenze e CasaPound permite uma óptima gestão da situação, graças à coordenação entre os responsáveis do campo e Marcello Taddei, representante da Protecção Civil da Autarquia". "Nos armazéns da autarquia de Poggio Picenze foi armazenada boa parte do material recolhido em todas as regiões por parte de CasaPound Itália. Outro parte foi distribuída às populações e entregue a armazéns das autarquias vizinhas. "18 000 litros de agua, 2 000 kg de massa, 1 000 litros de leite, 1 600 kg de alimentos enlatados, 500 pacotes de fraldas, 300 kg de pratos, guardanapos e copos de plástico, 1 500 kg de material para a higiene pessoal. São estes alguns dos números do material recolhido e distribuído.
A recolha continua e nesta segunda semana de actividade no terreno, chegarão a Poggio Picenze outros carregamentos de produtos ditos de segunda linha. Uma corrida de solidariedade e de empenho concreto.

terça-feira, 21 de abril de 2009

O Trabalho

"Mas é no plano da ética que o processo de degradação é particularmente visível. Enquanto a primeira época se caracterizava pelo ideal da «virilidade espiritual», pela iniciação e pela ética da superação do vínculo humano; enquanto na época dos guerreiros ainda se fundavam no ideal do heroísmo, da vitória e do senhorio, na ética aristocrática da honra, da fidelidade e da cavalaria, na época dos mercadores o ideal torna-se a economia pura, o lucro, a prosperity e a ciência como instrumento de um progresso técnico-industrial ao serviço da produção e de novos lucros na «sociedade de consumo» — até que o advento dos servos eleva ao nível de uma religião o princípio do escravo: o trabalho. E o ódio do escravo vai até ao ponto de proclamar sadicamente: «Quem não trabalha não come», e a sua idiotice glorificando-se a si própria, fabrica incensos sagrados com as exalações do suor humano: «O trabalho eleva o homem», «A religião do trabalho», «O trabalho como dever social e ético», «O humanismo do trabalho»."

Julius Evola
in "Revolta Contra o Mundo Moderno", Publicações Dom Quixote (1989)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Os apátridas

«O accionista, hoje, é mundial: de um continente a outro, o seu comportamento é idêntico. O mesmo sucede com o consumidor, que se preocupa muito pouco com o lugar de produção dos bens que adquire e que, onde quer que se encontre, privilegia os fornecedores com os preços mais baixos. Assim, o cidadão, cuja existência está ligada ao território nacional, é vítima da sua própria esquizofrenia, dado que as suas escolhas, na qualidade de consumidor ou, se for esse o caso, de accionista, alimentam e reforçam um capitalismo mundializado que implica a diminuição da sua própria soberania. O individualismo, fundamento da economia liberal, triunfa na esfera das trocas e faz recuar em toda a parte o sentimento de solidariedade colectiva. Muitas vezes os mais ricos, esquecidos do que devem aos Estados em que nasceram, em que foram criados, formados, educados, em que estabeleceram a sua prosperidade, deslocalizam facilmente rendimento e património para lá das suas fronteiras, dirigindo-os para onde os impostos são mais baixos. Exemplo puro de dissociação individual, o desejo de enriquecimento que têm leva-os a repudiar a sua própria cidadania. O internacionalismo mercantil que professam faz deles apátridas.»

Jean Peyrelevade
in O Capitalismo Total, Edições Século XXI

Manifestação do "Dia do Trabalho Nacional"

No dia um de Maio, o PNR vai novamente celebrar, na rua, o "Dia do Trabalho Nacional", desta vez em Faro.
Como disse José Pinto-Coelho, "A presença dos nacionalistas, mais do que nunca, faz todo o sentido, neste momento em que se vive uma depressão gerada pela gula capitalista que endividou as pessoas, criou ilusões, incentivou ao consumo sem que este tivesse sido acompanhado pela produção, fez disparar o desemprego e as falências e, como sempre, quem mais sofre são as famílias e os trabalhadores.
Por isso, no dia 1 de Maio peço que correspondam ao meu apelo de mobilização e apoio ao PNR em Faro".
Esta manifestação é precedida de um almoço-convívio e de uma Conferência de apresentação do Cabeça de Lista do PNR às Eleições Europeias, Humberto Nuno de Oliveira.

13.15 horas | Almoço-convívio
15.30 horas | Conferência no Hotel Santa Maria
17.00 horas | Concentração para o desfile no Largo do Carmo
17.30 horas | Começo do desfile até ao fim da Avenida da República que termina com breves palavras do Dirigente do PNR-Faro, Rui Roque e do Presidente de Partido, José Pinto-Coelho

Está previsto um autocarro com saída de Lisboa às 8.30 e chegada ao mesmo local às 22.00 horas. > Marcações de lugares para ce@pnr.pt ou tel. 96 437 82 25
Mais informações: www.pnr.pt

domingo, 19 de abril de 2009

CasaPound por Abruzzo (2)

O mundo é do risco

«Pois se o Dinheiro não solicita ainda o reconhecimento público da sua soberania, é menos por astúcia e prudência do que por sua insuperável timidez. Os que escapam ao seu império conhecem a sua força, topam-no à distância. Ele ignora totalmente, a deles. Os santos e os heróis sabem o que ele pensa, e ele não tem nenhuma do que podem pensar dele, ao certo, os santos e os heróis.
É verdade que o exclusivo amor ao dinheiro nunca fez mais do que maníacos, obcecados que a sociedade mal conhece que lamuriam e apodrecem nas regiões tenebrosas, como agáricos. A avareza não é uma paixão, mas um vício. O mundo não é do vicioso, como imaginam as castidades torturadas. O mundo é do Risco. Isto é coisa para fazer rebentar a rir os sensatos cuja moral é a da poupança. Mas esses, se não arriscam eles próprios, vivem do risco dos outros. E sucede também, graças a Deus, que morrem disso. Certo engenheiro obscuro decide bruscamente, com estupefacção dos seus conhecidos, passar a fabricar um pássaro mecânico, certo ciclista aposta, na hora do vermute, pilotar essa curiosa máquina, e não são necessários mais de trinta anos para que caiam sobre a cabeça dos Poupantes, caídas do céu, bombas de mil quilogramas. O mundo é do risco. Amanhã o mundo será de quem arriscar mais, correr mais firmemente o seu risco.»

Georges Bernanos
in "Os grandes cemitérios sob a Lua", Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1988.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Tributo a Guy Debord

"Alguns escritores deviam ser literalmente venerados pela sua capacidade crítica e analítica da actual sociedade. Um destes é o mítico Guy Debord, que no livro «A Sociedade do Espectáculo» aponta tudo o que é desprezável no mundo actual: a representação, a aparência, o irrealismo, a falsificação, que são a vida quotidiana de todos nós.

Inicialmente Debord distingue apenas duas tipologias do espectáculo ligadas a dois diferentes sistemas políticos: «O espectáculo concentrado» típico das sociedades totalitárias e ditatoriais, no qual em geral o indivíduo é levado a identificar-se com um só homem, através de uma ditadura burocrática que priva as massas da escolha e «O espectáculo difuso» característico das democracias ocidentais, permeadas pelo consumismo e pela tirania do consumo.

Junta-se a estes um terceiro tipo, que parece muito mais próximo da actual realidade: «O espectáculo integrado», no qual a ficção prevalece sobre a realidade, a cópia sobre o original e a forma sobre o conteúdo.

Segundo Debord já não há nada de autêntico, sendo que tudo está concebido, produzido, vivido e move-se em função da imagem que deve atrair quem vê, que, por sua vez, faz isso obedecendo a outras necessidades ou pedidos de aparência. Esta é a sociedade do espectáculo e nela também as mais elementares expressões da vida do homem como por exemplo a família, a instrução, o trabalho, os sentimentos, os pensamentos, as aspirações, seguem uma direcção única, aquela de se conformar ao meio, ao costume, à moda, à tendência do momento suprimindo qualquer necessidade ou chamamento interior, qualquer autenticidade e verdade. O exterior vale sempre mais do que o interior: tudo deve necessariamente aparecer, como se se tratasse apenas de objectos.

E quanto mais tempo passa, mais a análise de Debord se revela correcta. Basta olhar a actual política: em todo o Ocidente, existem dois blocos falsamente antitéticos, mas na realidade parentes estritos, as actuais direitas e esquerdas diferenciam-se entre elas apenas por alguns detalhes insignificantes. Já não há ninguém que se faça portador de ideias fortes e de visões completas do mundo que permitam mudá-lo e melhorá-lo. Muito menos prosaicamente, todos se afanam na administração de baixo nível, apenas para poder garantir ordenados chorudos e privilégios de casta. E os poucos que tentam opor-se a tudo isso, fazem-no repropondo infantilmente e de maneira acrítica e grotesca ideias que pertencem inexoravelmente aos tempos passados!

Tinha portanto razão Fukuyama no longínquo 1992 quando, após a queda do muro de Berlim, falava do «fim da história»? Nós, que somos optimistas por natureza e continuamos, apesar de tudo, a acreditar nas enormes potencialidades do homem, achamos que não. Como sempre, do negativo é possível também extrair o positivo, tornando fármaco o que parece ser apenas veneno. Impuseram-nos um mundo de espectáculo. Então utilizemos as actuais e modernas formas de propaganda, que nos consentem difundir a nossa mensagem a um público potencial de enorme quantidade, para lançar o nosso grito de revolta. Ocupemos todos os espaços oferecidos pela Rede, executemos acções espectaculares das quais a TV será obrigada a falar, utilizemos os mesmos mecanismos do Inimigo para o contrastar, criando um verdadeiro pânico mediático. Em poucas palavras: RETOMEMOS TUDO! "

Alessandro Cavallini
in Il Fondo Magazine

terça-feira, 14 de abril de 2009

A soberania do Povo

«O que é a soberania do Povo? A soberania do Povo é a tirania irresponsável e anónima. É a tirania dos partidos políticos. É a tirania das manobras dos clubs e dos grupos. É a tirania do acaso eleitoral. É a tirania do voto conquistado ou pela compra, ou pela vigarice, ou pela ameaça, ou pelo interesse mesquinho de uma coterie. É a tirania do Número contra a Razão. É a tirania do Número contra a Inteligência. É a tirania do Número contra o Saber. É a tirania do Número contra a Bondade. É a verdadeira tirania da Força contra o Direito.
A soberania do Povo é a negação do próprio Povo, porque é a sua sujeição à mais cobarde das tiranias: a do Número irresponsável e anónimo.
Quem governa, no Povo soberano? O voto. Quem decide sobre a Guerra e sobre a Paz? O voto. Quem resolve os problemas da Instrução, da Higiene, da Defesa nacional, do Fomento, das Colónias, da Ordem, da Moral? O voto. Quem julga o Passado do Povo? O voto. Quem prepara o Futuro do Povo? O voto. Mas quem é o voto? O voto é a mistificação legal. Quem governa, no Povo soberano, é a mistificação.»

Alfredo Pimenta

Antes era melhor...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Obra de Yukio Mishima re-editada

De débil constituição física e gago de nascença, Mizoguchi é o único filho de um bonzo Zen. Ao longo de toda a sua vida, sente-se diminuído e complexado por causa da sua gaguez, o que o leva a isolar-se. Quando chega o momento vai estudar para bonzo no Templo Dourado, em Quioto. Desde cedo preocupado com a Beleza, Mizoguchi vem a desenvolver com o templo uma relação de dependência obsessiva, que constitui um outro obstáculo à sua interacção com o mundo exterior. Para ele, o Templo Dourado era a encarnação última e suprema da Beleza, conceito que esmaga toda a sua existência. Com a Segunda Guerra Mundial e o Japão do pós-guerra como cenário,
O Templo Dourado é quase um monólogo interior que espelha a repressão e a obsessão de Mizoguchi, das quais se vem a libertar num final perverso.

Yukio Mishima, novelista e dramaturgo, pseudónimo de Kimitake Hiraoka, nasceu em 1925 e suicidou- se de forma espectacular, praticando seppuku, a 25 de Novembro de 1970. É sem dúvida o escritor japonês mais conhecido no Ocidente. O idealismo de que enforma a sua obra econduzirá a sua vida está enraizado no tradicionalismo militar e espiritual do ssamurais. Mishima é um dos mais talentosos e refinados escritores do século XX.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O regime dos suspeitos é o regime da delação

«Que é o regime dos Suspeitos? É um regime onde o poder considera lícito e normal não somente agravar desmesuradamente o carácter de certos delitos, com o objectivo de colocar os delinquentes sob a alçada da lei marcial (...), mas também exterminar preventivamente os indivíduos perigosos, isto é, suspeitos de virem a sê-lo. Para localizar estes elementos indesejáveis, é conveniente contar com o serviço dos delatores. O regime dos Suspeitos é portanto, também, o regime da delação.»

Georges Bernanos
in "Os grandes cemitérios sob a Lua", Edição «Livros do Brasil», Lisboa, 1988.

Tintin, a paixão da aventura

Recolha de fundos para ajudar as vítimas do terramoto

A CasaPound lançou uma operação de solidariedade em grande escala para acudir às vítimas do terramoto de Abruzzo. Em todo o território italiano, a associação está a recolher cobertores, roupa, fraldas, leite em pó, água e todos os bens de primeira necessidade que possam servir às populações gravemente atingidas pelo tremor de terra. A CasaPound apela também à solidariedade internacional, através do PayPal.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O vocábulo fascista

«Conhece-se o descrédito em que caiu, em especial após 1945, depois de tremendo esforço propagandístico das democracias, o vocábulo fascista. A extrema-esquerda comunista (abrangendo nela maoístas, trotskistas, etc.) e seus aliados usam e abusam do adjectivo fascista, empregue a torto e a direito, a propósito e a despropósito, com o objectivo de eliminar e desacreditar adversários. Para esconjurar um retorno possível dos elementos afastados pelo M.F.A., para excitar as multidões, para desenvolver um pathos de ódio e aversão, tanto o marcellismo quanto o Estado Novo são entre nós classificados de fascistas com uma persistência que não sofre um minuto de descanso (e talvez por isso se venha a tornar contraproducente).»

António José de Brito
in "Diálogos de Doutrina Antidemocrática"

Achtung! Adivinha quem voltou!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Da Democracia

«Os defeitos da democracia política como sistema de governo são tão óbvios, e têm sido tantas vezes catalogados, que não preciso mais do que resumi-los aqui. A democracia política foi criticada porque conduz à ineficiência e fraqueza de direcção, porque permite aos homens menos desejáveis obter o poder, porque fomenta a corrupção. A ineficiência e fraqueza da democracia política tornam-se mais aparentes nos momentos de crise, quando é preciso tomar e cumprir decisões rapidamente. Averiguar e registar os desejos de muitos milhões de eleitores em poucas horas é uma impossibilidade física. Segue-se, portanto, que, numa crise, uma de duas coisas tem de acontecer: ou os governantes decidem apresentar o facto consumado da sua decisão aos eleitores – em cujo caso todo o princípio da democracia política terá sido tratado com o desprezo que em circunstâncias críticas ela merece; ou então o povo é consultado e perde-se tempo, frequentemente, com consequências fatais.
Durante a guerra todos os beligerantes adoptaram o primeiro caminho. A democracia política foi em toda a parte temporariamente abolida. Um sistema de governo que necessita ser abolido todas as vezes que surge um perigo, dificilmente se pode descrever como um sistema perfeito.»

Aldous Huxley

in "Sobre a Democracia e Outros Estudos", 1927.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Manifesto do Turbodinamismo

1. Turbodinamismo – lê-se no “manifesto” da nova corrente artística lançada pela CasaPound – é exaltar o gesto gratuito, violento e descabido, com reverência e atenção ao bem vestir.
2. A arte morreu num tempo imemorial, revive apenas no imediato da acção arrojada e arriscada e confina a sua fruição apenas ao vangloriar-se depois com os amigos no pub.
3. Aos que perguntam que trabalho faz o batedor respondemos secamente que distribui virtude nas décadas de apnéia do bulismo de fachada.
4. Confinar a arte em lugares e eventos santifica a sua prisão, nós organizaremos evasões espectaculares com aquele fazer típico do canalha dos anos 20.
5. Os bons da arte, os batoteiros, os institucionais, estes malfeitores saquearam cada espírito feroz e cada Ύβρις, e nós voltámos para retomar tudo.
6. Contra a ânsia de air-bag das vossas paredes embutidas – continua, nós exaltamos as suturas e a ortopedia, a urgência e o maxilo-facial, pois são precisas fracturas para namorar com as enfermeiras.
7. Estamos cansados de ouvir cantar as vítimas e os abjectos, de ver glorificar profecias desérticas: reivindicamos aquele certo estilo necessário para atear um incêndio.
8. Aos anestésicos do politicamente correcto anunciamos que reduziremos sistematicamente em pedaços tudo, apenas pelo gosto de o fazer. Estamos conscientes que responder em cada ocasião “porque faz rir” a quem nos pergunta a razão de tamanha intolerância, não faz mais que engordar a nossa aura de torpeza, todavia faz rir.
9. A nossa tendência ao absoluto é fluidificada cada vez pelo gosto da irrupção, no imobilismo imperante ditamos a lei do mercúrio. Mas o facto de odiar praticamente todos não nos torna incapazes de cortejar uma mulher oferecendo-lhe rosas vermelhas.
10. O Turbodinamismo celebra a vida, com o paradoxo da destruição, celebra a carne e a aceitação titânica, disfarçando no sorriso a pulsão trágica e a metafísica da guerra. Degustaremos um bom whisky enquanto tudo arde, estabelecemos que o futuro nos pertence.

Portugal Side by Side

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O Activismo?

"Num mundo moderno onde reinam como mestres o consumo, o gosto do «zapping» e do efémero, o compromisso militante traduz-se demasiadas vezes numa paixão passageira, ou mesmo furtiva, que, se é por vezes de grande intensidade, raramente se inscreve na construção e na duração, factores indispensáveis de credibilidade e eficácia.
Para muitos, o activismo não é, com efeito, mais do que um «tempo» da vida, compreendido geralmente entre o fim dos estudos e a entrada na vida activa, uma espécie de parêntese antes das «coisas sérias» que são as modalidades da vida burguesa. Resumindo, uma espécie de crise de adolescência mais ou menos tardia que não resiste às exigências materiais e às responsabilidades da idade adulta.
Assim, após, na melhor das hipóteses, algumas lutas mais ou menos romanceadas e sobretudo muitas noites de revolução etílica, arruma-se a bandeira e os panfletos na caixa das recordações, entre o camião de bombeiros e o primeiro romance inacabado, para vestir o uniforme cinzento de funcionário exemplar que crê dessa maneira tornar-se um «bom cidadão», amado e respeitado, e um «bom pai de família» enquanto não é, na realidade, mais do que um desertor de segunda categoria e um traidor do futuro do seu povo e das suas crianças, que crê no entanto «proteger» renunciando ao combate."

Pierre Chatov

Alternativa

«Não há dúvida que a luta de classes é uma realidade. A sífilis é, igualmente, uma realidade, mas uma coisa é aceitá-la e incrementá-la, e coisa bem diversa é corrigi-la, tratá-la, combatê-la. O Estado fascista situa-se num plano superior à luta de classes, procurando superá-la, neutralizá-la o mais possível.
(...) Entende que na produção se impõe o aproveitamento do amor do lucro e, mais ainda, do espírito de iniciativa e inventiva, e bem assim das qualidades de chefia. Por isso, acha que aos empresários que constroem uma obra é preciso atribuir uma posição de comando. Em contrapartida, todos deverão participar dos benefícios da empresa, embora não com absoluta igualdade, porque será injusto tratar como iguais capacidades desiguais. De qualquer forma, cumprirá ao Estado vigiar com atenção para que não haja desproporções escandalosas que impeçam dirigentes e operários de estar unidos e integrados num empreendimento comum. E só merecerá respeito o labor produtivo e vital, acrescendo que, sem ele, ninguém em geral terá direito a subsistir.
O fascismo, por conseguinte, opõe-se resolutamente ao capitalismo especulativo – para usar a denominação de Gottfried Feder – que não conhece outra medida senão o seu próprio domínio e engrandecimento.»

António José de Brito
in "Diálogos de Doutrina Antidemocrática"