sábado, 7 de fevereiro de 2009

O Novo Mundo

«A alienação face a um pensamento correcto implica necessariamente a submissão a uma atitude correcta, que na sociedade de consumo compreende a boa vontade face às instituições, o optimismo democrático, a ambição de ser semelhante aos colegas e de aspirar a ser o favorito do chefe, a satisfação de ser um bom cliente e um bom cidadão, empenhado em conseguir dinheiro para comprar cada vez mais coisas que nos são inúteis. Tudo isto a título individual mas cedendo cada vez mais as nossas responsabilidades (políticas, sociais, económicas, ecológicas, familiares, municipais…) a um Estado-Sistema que sofre um acelerado processo de privatização multinacional. A consciência industrial é completada com uma educação industrial que encaminha os seus esforços para fazer de nós uns consumidores teleguiados. A administração e os tecnocratas, menos hipócritas que os académicos, falam de nós como “sujeitos” ( no sentido de “sujeitar”, “reprimir”, “dominar”) e classificam-nos como “recursos humanos”, esta é uma sociedade onde não existem virtudes mas antes normas.»

Maurice Bardèche
in "Sparte et les Sudistes", Les sept couleurs, 1969

Old-school

Ocupação em Roma

Cinquenta militantes da associação CasaPound Itália ocuparam durante a manhã do dia 19 de Janeiro um pavilhão de Boccia, propriedade da Câmara Municipal, abandonado há vários anos, no bairro Portuense. "Trata-se de uma estrutura que custou três milhões de euros, mas que se encontra em estado de total abandono há sete anos. Chegou o momento de o restituir ao bairro, e é isso que queremos fazer", explica Gianluca Iannone, presidente da CasaPound. "Estamos à espera de um encontro com o presidente da Câmara e com o vereador do desporto; pedimos que o espaço nos seja entregue, para assim o podermos restituir aos cidadãos. Os habitantes do bairro estão connosco e muitos vieram felicitar-nos esta manhã". A ocupação de Portuense foi rebaptizada "Uscocchia", em memória dos "piratas" de D'Annunzio que sequestravam embarcações e entregavam o saque à ocupação de Fiume. Tal como eles, conclui Iannone, "queremos sequestrar lugares abandonados, símbolos de especulação e esbanjamento, e restitui-los aos cidadãos".

A ocupação terminou dias depois, a 26 de Janeiro, com um final feliz para ambas as partes. "Depois de anos de pedidos ignorados, a associação de idosos «Pais Ex Anos Verdes Onlus» e a nova «Academia Pugilistica Trastevere», encontraram, graças ao empenho do autarca Alemanno e à ocupação do imóvel pela CasaPound, uma sede que, apesar de temporária, representa o primeiro passo para uma estabilização definitiva", explica Gianluca Iannone no final da reunião na Câmara Municipal a fim de encontrar uma solução para o espaço ocupado no bairro Portuense. A ocupação teve o objectivo de, entre outras coisas, solicitar a atribuição de uma sede para "estruturas históricas da nossa cidade, como o ginásio «Boxe Trastevere», a associação de idosos e um grupo de assistência a deficientes".
"A ocupação em Portuense tinha o objectivo de reagir à falta de respostas da Câmara aos pedidos da associação de deficientes e das estruturas desportivas populares", prossegue Iannone. "Agora que alcançámos uma solução definitiva, a ocupação perde a razão da sua existência". "Apesar disso, Uschocchia representou uma denúncia da inércia das instituições, que declararam publicamente que a atribuição do imóvel a uma associação de idosos já havia sido executada. Pois bem, não sendo do nosso interesse levar a cabo actos que vão contra os legítimos pedidos de espaços públicos dos cidadãos romanos, avisamos o presidente que, se dentro de um mês, o imóvel ainda não tiver sido cedido aos idosos so bairro, seremos nós a restitui-lo aos cidadãos", concluiu o presidente da associação CasaPound Itália.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Liga-te à vida, desliga a televisão

«Ver televisão é a actividade de lazer (ou melhor não-actividade) preferida de milhões de pessoas em todo o mundo. O americano médio, aos sessenta anos, passou quinze anos em frente a um ecrã de televisão. Passa-se o mesmo em muitos outros países.
Muitas pessoas acham que ver televisão é "relaxante". Observe de perto e perceberá que quanto mais tempo o ecrã for o centro da sua atenção, mais a sua actividade mental se torna suspensa, e nos longos períodos em que está a ver um "talk-show", um concurso, uma comédia, ou até publicidade, não há qualquer pensamento gerado na sua mente. Não apenas não se lembra mais dos seus problemas, como se torna temporariamente livre de si mesmo - o que poderá ser mais relaxante que isso?
Ver televisão cria um espaço interior? Torna-o presente? Infelizmente, não. Apesar de, por longos períodos a sua mente possa não gerar qualquer pensamento, está ligada ao "show" televisivo. A sua mente está inactiva apenas no sentido em que não produz pensamentos. Continua, no entanto, a absorver continuamente pensamentos e imagens que atravessam o ecrã de televisão. Isto induz a uma espécie de transe, um estado passivo de alta susceptibilidade, não muito diferente da hipnose. Por isso, a televisão está ligada à manipulação da "opinião pública". Políticos e grupos de interesse, assim como publicitários, sabem-no e, por isso, pagam milhões de dólares para apanhar o espectador nesse estado de receptividade descuidada. Eles querem que os seus pensamentos se tornem os pensamentos do espectador, e normalmente conseguem.»

Eckhart Tolle
in "New Earth", 2005.

Somos um povo livre

«Somos um povo livre, e somo-lo sem que em nada o Acaso, erguido em Deus supremo, nos haja inventado, nem o imprevisto as circunstâncias nos furtasse áquela incorporação fatalista que, com base logo nos motivos geográficos e étnicos, nos subalterniza à hegemonia governativa de Castela. Precisamente, a geografia e a antropologia, o Meio e a População, o Território e a Raça, nos tornam, tão longe que se possa remontar, uma realidade inconfundível por força dos mais antagónicos determinismos físicos e históricos.»

António Sardinha
in "O Território e a Raça".

Guardian Angels

Os "Guardian Angels" (Anjos da Guarda) são uma organização internacional de voluntariado, para a prevenção do crime. Fundados em 1979 em Nova Iorque, por Curtis Sliwa, a organização tem secções em 11 países e em mais de 100 cidades do mundo.
Inicialmente, a organização foi criada para combater a insegurança do metropolitano de Nova Iorque. Os seus membros eram treinados para deter criminosos violentos. Actualmente, a organização patrulha ruas e bairros, mas também disponibiliza programas educacionais e sessões de formação para escolas e negócios.

No início, o presidente da Câmara de Nova Iorque opôs-se publicamente ao grupo, assim como muitos autarcas de cidades onde surgiram secções deste movimento. No entanto, com o tempo a controvérsia arrefeceu e o envolvimento dos cidadãos aumentou, o que facilitou a aceitação da organização por parte das entidades oficiais.

A principal actividade dos "Guardian Angels" é a "patrulha de segurança", na qual os membros percorrem as ruas. Os elementos devem estar uniformizados quando representam a organização. Podem ser identificados pelas suas boinas e casacos vermelhos e t-shirts brancas com o logotipo dos "Guardian Angels". As secções funcionam como redes de franchise, respeitando iguais regras, regulamentos e treinos. A organização afirma que encoragem a diversidade e a igualdade de oportunidades.
Os "Guardian Angels" aceitam voluntários que tenham um registo criminal recente limpo e que não façam parte de grupos de ódio ou gangues. Para pertencer ao programa de "patrulha de segurança", os membros devem ter pelo menos 16 anos e não podem andar armados, sendo revistados antes de cada turno. São treinados em primeiros-socorros, reanimação, direito, resolução de conflitos, comunicação e artes marciais básicas. Os membros seguem as instruções de um chefe de patrulha. No entanto, estão autorizados a fazer o que quer que seja justo e necessário para proteger as suas vidas e as de outros cidadãos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Projecto Apache - para não acabar como eles

É sob o duplo patrocínio do último grande chefe de um povo de homens livres e da figura do rebelde em luta contra a sociedade burguesa alimentada de miséria e injustiça que colocamos a nossa acção, que é sobretudo um grito de revolta.
Revolta contra o sombrio futuro que nos preparam, revolta contra a uniformização e a indiferenciação de um cosmopolismo sem amo, revolta contra uma sociedade materialista para a qual a natureza é apenas um sinónimo de terreno para exploração, projecto imobiliário ou espaço de lazer, que não oferece às famílias parisienses mais do que intoxicação alimentar e ambiental e miragens consumistas, revolta contra a violência que ameaça os nossos irmãos e irmãs nas esquinas das ruas e nos recantos dos edifícios, revolta contra o Estado cúmplice dos bárbaros que são a falsa justificação da sua omnipresença nas nossas vidas, revolta contra a tirania financeira que nos quer como rebanhos incultos, assexuados e conformados.
Nós, filhos de Paris e de Ile de France, orgulhosos da nossa história, da nossa identidade e das nossas raízes, recusamos ser os últimos moicanos de uma reserva cercada por todas as partes, submissa ao jugo da grande superfície, da perversidade, do crescente da bandeira estrelada.
Porque agimos por amor (aos nossos, aos nossos antepassados, à criação, à diversidade do mundo...), combatemos com força e determinação tudo e todos os que ameaçam o nosso imprescindível direito de viver na nossa terra, segundo os nossos valores e as nossas leis. Recusa ser um mais um peão bloqueado entre a escravatura salarial, o embrutecimento televisivo e as escapatórias virtual: junta-te ao Projecto Apache!

Tu podes fazer a diferença

Alfredo Pimenta

Alfredo Pimenta, filho de Manuel José Lopes Pimenta e de Silvina Rosa, nasceu na Casa de Penouços, em São Mamede de Aldão, Guimarães. Em 1890, a viver em Braga com os seus pais, frequenta o Colégio Académico de Guadalupe. Em 1893 regressa a Guimarães e estuda no Colégio de São Nicolau. Em 1910, licencia-se em Direito pela Universidade de Coimbra e torna-se professor no Liceu Passos Manuel em Lisboa, onde lecciona entre 1911 e 1913. A partir desse ano, exerce funções no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Em 22 de Dezembro de 1931 torna-se director do Arquivo Municipal de Guimarães. Foi sócio fundador do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia, em 1953 e da Academia Portuguesa de História, em 1937.

Inicialmente militante anarquista, passa para o republicanismo. Depois da instauração da República, adere ao Partido Republicano Evolucionista. Em 1915 surge como colaborador da revista Nação Portuguesa, orgão de filosofia política do Integralismo Lusitano e acaba por se tornar militante monárquico, tornando-se um destacado doutrinador. Esta passagem para o monarquismo deu-se logo após o golpe de 14 de Maio de 1915, que derrubou o governo de Pimenta de Castro, apoiado pelos evolucionistas. Converte-se depois ao catolicismo. Chega a propor uma conciliação entre as teses de Auguste Comte e o neotomismo. Funda a Acção Realista Portuguesa em 1923, rompendo ideologicamente com o Integralismo Lusitano, a que nunca chegara formalmente a pertencer. Virá a assumir-se como salazarista, e elogia o fascismo e o nazismo. Depois da Segunda Guerra Mundial, faz uma denúncia das perseguições ao nacional-socialismo, denunciando a existência de campos de concentração entre os Aliados. Foi colaborador do A Voz, onde defende a restauração da monarquia mas como uma espécie de coroamento do Estado Novo, contrastando com a época em que escreveu Mentira Monarchica, em 1906.

Nas Ruas!

Pseudo-ciência

«A economia é uma pseudo-ciência projectada pelas preocupações materialistas . No início, a economia contentava-se em estimar os volumes de produções e de trocas; a medida destes movimentos forneciam índices válidos sobre a actividade de uma época ou de uma região. Mas com o tempo, os índices tornaram-se mais importantes que a actividade que deviam medir; a natureza das trocas e das produções deu lugar à escala dos valores, ao seu volume. É aí que estamos actualmente. A inquietação gera a estagnação da economia quando a taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) aumenta menos de dois por cento por ano; ora este número não indica mais que o volume das actividades e nada diz sobre a sua qualidade ou distribuição. Se mais pessoas adoecerem e comprarem mais medicamentos, se mais casais se divorciarem e recorrerem a advogados para conduzir os processos judiciais, se mais maçãs forem produzidas, se a água dos aquedutos se tornar mais poluída, tudo isso contribui para o aumento do PIB.»

Serge Mongeau
in "La simplicité volontaire"

Regresso às trincheiras